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Nosso Fundador

                                        malempre 1933

 Rodolfo Malempré - 1933

Nascido em 12 de Dezembro de 1885 na Inglaterra Rodolfo Loeffler Malempré começou no Escotismo do Rio de Janeiro sendo um dos fundadores da "Associação de Escoteiros Católicos do Brasil” na Paróquia de São João Baptista da Lagoa em 1917. Na década de 20 mudou-se para São Paulo onde liderou a organização das iniciativas de escotismo em São Paulo com a fundação da "Boy Scouts Paulistas" em 23 de Setembro de 1923. Também foi um dos grandes incentivadores da “English Speaking Boy Scouts” que deu origem ao Grupo Escoteiro Carajás. Em sua homenagem o Clã Pioneiro do 1° Grupo Escoteiro São Paulo leva seu nome bem como a Alcateia do 2° Grupo Escoteiro Carajás.

Malempré faleceu em 01 de Abril de 1947 em São Paulo. Seu corpo está sepultado no Cemitério São Paulo no bairro de Pinheiros.

Relato escrito pelo Chefe José Spina em 04 de Agosto de 1989 sobre nosso fundador:

Ficar deslumbrado com um chefe desta tempera não é de admirar quando um escoteirinho tem doze anos. Admirá-lo cada vez mais, durante o convívio de uma existência é porque Malempré possuía realmente um caráter excecional.

Sempre ocupou cargos relevantes nas empresas em São Paulo. Quando o conheci era gerente da Schering, depois J. Paul Christoph, Pathé Baby, etc.

Era um atleta consumado, podendo saltar por cima de uma mesa com a agilidade de um gato. Os jogos que ensinava eram infindáveis e todos, embora simplórios, visavam o desenvolvimento mental e físico. Caso se tratasse de box, ensinava e sabia melhor. Certa vez treinávamos esgrima, chega Malempré, empulha um florete e se revela espadachim consumado. Ouvi contar, no Rio ter salvo uma pessoa que se afogava em mar tempestuoso em Copacabana.

Assisti em nossa sede estar presente a chegada de um grupo de escoteiros alemães, quando Malempré lhes dirigiu a palavra na língua deles. Terminando bateram palmas entusiasmadas.

Certa feita visitava em sua companhia a residência de um dos nossos pequenos escoteiros, hoje Engenheiro Danilo Del Debio. Uma irmã tocava ao piano. Terminando, sentou-se Malempré e tocou. Disse ela, professora de piano que se ele tivesse tocado num concerto faria bonito.

De sua família conheci, por volta de 1928 uma tia e uma simpática irmã, Cristina. O chefe Leo Ribeiro de Moraes conheceu em viagem a Londres em 1929 seu irmão.

Caso sejamos levados a admitir que a Associação Escoteira São Paulo sempre possuiu um padrão elevado, quase um carisma especial quem o incutiu foi Malempré. Essa chama foi levada adiante pelos seus escoteiros, depois chefes, depois dirigentes. O que impulsionou a Associação foi à vontade de cada chefe de transmitir aos demais os ensinamentos e os exemplos colhidos de Malempré.

Ele sempre distribuiu de seu bolso ajuda a quantos podia e muitos lhe ficaram devendo o ter obtido um bom emprego. Era modesto ao extremo e em certa ocasião durante uma grande concentração em nossa capital, fizeram entrega a Malempré em nome da União dos Escoteiros do Brasil do Tapir de Prata. Cometendo um erro de lógica mas que era muito de seu temperamento, aceitou mas em seguida colocou a medalha no pescoço de um chefe de Campinas, dizendo que ele merecia mais!

Para descrever Malempré seria necessário todo um livro. Era modesto por princípio e ninguém ouviu afirmar que sabia fazer isso ou era capaz de fazer aquilo. Chegando o momento porém, ele sabia sempre o necessário e tinha maneira elegante de superar as dificuldades.

Suas qualidades surpreendiam a todos. É com emoção que releio com frequência a dedicatória que o Coronel A. Braghine escreveu a Malempré na primeira página de seu livro “L´ÉNIGME DE LÁTLANTIDE” pela contribuição de nosso fundador à sua obra, mundialmente conhecida.

Malempré teve um fim sereno, cercado de amigos e não é fácil definir o conjunto episódico que ele representou para a sociedade em geral e para o escotismo em particular.

Eu diria que o notável é que nunca foi e nunca desejou ser recordista no quer que fosse. Suas habilidades esportivas e intelectuais somente apareciam quando havia oportunidade que as justificassem. Nisto cumpriu e ensinou a cumprir a meta almejada por Baden Powell : Não o preparo de super-homens, mas bons cidadãos úteis para os seus e o próximo, com respeito a Deus e sua Pátria.

Morreu decentemente, mas pobre porque dedicou todas as suas possibilidades ao escotismo. Notável, ainda que nunca praticou a caridade na acepção comum do termo. Sua ajuda ao próximo era sempre encaminhar o futuro de alguém, proporcionando-lhe estudo ou uma colocação. Era incrível o numero de pessoas que indiretamente se vinham saber terem sido beneficiadas pela sua mão amiga.

 

Lápide do túmulo de Rodolfo Malempré

tumulo malempre

 

Placa comemorativa aos 125 anos do nascimento de Rodolfo Malempré

placa malempre